Tema: o Caminho.
Itapema – Bom Caminho 18/05/2014
Régis Duarte Müller
5° Domingo de Páscoa – 18/05 a 25/05/2014
Textos Bíblicos: Salmo 146; Atos 6.1-9; 7.2ª,
51-60; 1 Pedro 2.2-10; João 14.1-14
Nossa vida é repleta de caminhos que escolhemos, que somos
levados e que seguimos. Esses caminhos podem ser de estradas esburacadas,
movimentadas e congestionadas, com semáforos, lombadas e pardais. Caminhos que
conhecemos e andamos automaticamente, caminhos que pegamos errado e nos
perdemos, caminhos que nos aproximam do destino e caminhos que nos afastam.
Mas antes de pegarmos a estrada, nos preparamos e
buscamos informações, pontos de referência, usamos mapas e GPS’s. Tudo o que
queremos é pegar a estrada e não se perder pelo caminho, mas chegar ao destino
conforme o planejado.
Por isso, quando queremos ir a algum lugar que não
conhecemos, precisamos aprender o caminho. Mas como? É nesse momento que
abrimos o mapa e ligamos o GPS. Eles vão nos oferecer as opções e nos mostrar o
caminho que devemos seguir para chegar ao nosso destino.
Acontece que muitas vezes nossos instrumentos falham. O
mapa pode ser confuso e quem usa GPS sabe que eles falham com frequência e não
nos indicam o caminho certo, perdem o sinal e nos deixam na mão. Perdidos e sem
o auxílio do GPS ficamos angustiados, apreensivos, com medo. Afinal, onde
estamos? Como sair daqui? Para onde devo ir? Perdidos e sem saber o rumo que
devemos seguir, o jeito é pedir informações lá no ‘posto Ipiranga’ para saber
qual caminho seguir. Então, algum frentista que conhece bem a região vai
apontar a rua que devemos pegar.
Pedir informações em postos de combustíveis muitas vezes
é a solução, quando o assunto é saber qual estrada pegar. Mas qual caminho nós
devemos pegar para chegar ao Pai? Talvez você já esteve perdido desta forma, ou
quem sabe esteja perdido neste momento, assim como Tomé estava.
Ora, pois, Tomé, um dos discípulos, estava bastante
confuso. Jesus iria partir e ninguém sabia o caminho para encontrá-lo. Como
vemos no questionamento de Tomé: “Senhor,
não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” (Jo 14.5).
Claro que não estamos falando de uma estrada de asfalto
ou de chão, mas do caminho que leva as pessoas ao Pai do céu. Por isso, assim
como Tomé, você e eu também podemos nos sentir tranquilizados, pois Jesus
responde: “Eu sou o caminho, a verdade e
a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (Jo 14.6).
Então descobrimos que Jesus é o caminho que leva ao Pai,
o único caminho.
Bem, o caminho é um só, mas precisamos ter muito cuidado,
pois estamos cercados de informações, ‘mapas’ e ‘GPS’s’ que estão alterados ou
desatualizados. Os caminhos que eles oferecem apontam outras formas para chegar
ao Pai, mas nenhuma é correta.
Alguns ‘mapas’ falam que é preciso fazer o bem; Outros
que são necessários paz e amor ao próximo; Alguns dizem que é preciso ter sido
escolhido; outros dizem que não existe caminho nenhum, apenas precisamos viver,
curtir as coisas boas, aproveitar o tempo que vivemos. Sem falar que muitos
escolhem trilhar o caminho profissional, o caminho da família, o caminho das
drogas...
Assim nós percebemos que são várias as estradas, e todas
são muito atraentes e repletas de significados bonitos e convincentes. Como
esta: se você for uma pessoa boa, fizer o bem e ajudar o próximo, você vai
alcançar o céu – com certeza isso é muito bonito e nos causa um sentimento
gostoso, o sentimento da participação, mas não é verdadeiro.
Todos os caminhos que trilhamos sozinhos nos levam a
destinos danosos, seja para nossa vida física ou espiritual. Confiar em ‘mapas’
e ‘GPS’s’ desatualizados pode ser crucia
l para nossa vida, nos levando para
estradas sem saídas.
A grande verdade é que existe apenas um mapa correto,
apenas um caminho que leva ao céu, para junto do Pai. A Bíblia Sagrada é o mapa
da nossa vida, e nele nós encontramos o caminho. Como vemos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (Jo 14.6). Essa informação
é vital para nossa vida, pois ela é a informação que precisávamos para seguir
em frente.
Neste
caminho nós encontramos aspectos importantes e que fundamentam a vida daquele
que o está percorrendo: Amor, paz, esperança, prática do bem, ação social (At
6.1-9). Também descobrimos que fomos escolhidos – sim, Deus nos escolheu e
enviou seu Filho, Jesus Cristo, para se tornar o nosso salvador. Neste caminho
podemos encontrar lindas paisagens e curtir a vida em todo seu esplendor.
Muitas vezes também acontecem coisas tristes nesse caminho, coisas que machucam
e causam amarguras, sofrimentos – mas ali reina o arrependimento, a
misericórdia, o perdão e consolo plenos.
Sendo assim, quando ficamos em dúvida sobre o caminho que
devemos pegar, lembremos que temos um ‘mapa’ que vai nos dizer qual é o caminho.
Por isso é importante nunca esquecer o ‘mapa’, e buscar nele informações sobre
a estrada, pois ela pode ser esburacada ou quem sabe, cheia de pedras. Mas
ainda assim, esse é o único caminho que vai nos levar ao Pai.
E quanto à nossa parte, guiados pelo ‘mapa’ que Deus nos
deixou, busquemos trilhar o caminho do amor a Deus e ao próximo baseado pela
fé, conforme nos ensina Lutero: “Aprende
a compreender este belo dito de Cristo: “Eu sou o caminho.” Que não se pense em
um caminho ou em uma estrada onde se pisa e anda com os pés, mas entenda-se que
se trata de um caminho onde se caminha com a fé que está no coração, que se
apega tão somente a Cristo, o Senhor” (OS 11, 75).
Portanto, sim, nós conhecemos o caminho, esse caminho é
Cristo. Podemos ter essa certeza através das palavras que seguem: “Quando digo que vocês conhecem o caminho,
quero dizer que conhecem aquele que é o caminho, ou seja, a mim, pois vocês me
veem e sabem que eu sou Cristo, Senhor e Salvador de vocês, meus discípulos,
que ouviram minha mensagem durante tanto tempo e testemunharam minhas obras
milagrosas. Agora, visto que me conhecem, também conhecem o caminho e sabem
tudo que devem saber” (OS 11, 70).
Que bom que temos e conhecemos o caminho. Que Deus
permita sempre podermos atualizar e confirmar essa certeza através da leitura
bíblica, da renovação diária do nosso batismo e da participação à Santa Ceia.
Amém.
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