Tema: Tempo da Graça
Itapema – Bom Caminho 23/11/2014
Régis Duarte Müller
24° Domingo de Pentecostes –
23/11 a 30/11/2014
Textos Bíblicos: Salmo 95.1-7a; Ez 34.11-16,20-24;
2Pe 3.3-13; Mateus 25.31-46
Tempo da graça, o que é isso? Quando levamos nossos
filhos para brincar com um amiguinho(a), ou em algum lugar legar eles ficam tão
felizes que não querem sair dali para ir embora. Mas, chega a hora de ir embora
e a mãe chama: “Filho... Vamos embora”. Então ele se aproxima e diz: “Ah! Mãe.
Ainda é cedo me deixa brincar mais um pouquinho”. Então a mãe responde: “Ok!
Mas só mais um pouquinho e já vamos”. Esse tempinho a mais é o que chamamos de tempo
da graça, é o tempo concedido além do normal. Esse é o tempo que estamos
vivendo. O tempo que Deus está concedendo às pessoas para se arrependerem dos
seus pecados e procurarem viver de forma correta e segundo seus ensinos. É o
tempo que temos para aprender sobre a Boa Nova de Jesus Cristo. É o tempo que
temos para testemunhar ao mundo o amor de Deus revelado através de seu Filho.
Esse tempo da graça que estamos falando é o tempo que
antecede o Dia do Senhor, o grande Julgamento, o juízo final. Tempo que
recebemos para usarmos da melhor maneira possível e que resulte no bom proveito
próprio e do próximo.
Esse bom aproveitamento do tempo para a vida acontece
através de uma disciplina espiritual, de uma busca incessante de crescer em Cristo
e viver para amá-lo acima de todas as coisas e para amar a si mesmo e ao
próximo da mesma maneira. Desta forma, recebemos tempo para que a cada novo dia
nós possamos aprender algo nesse sentido e colocarmos em prática.
Acontece que não são poucas as pessoas que desejam
receber as bênçãos de Deus – e normalmente bênçãos ligadas à vida financeira.
No entanto, vivem com um pensamento extremamente egoísta, carnal e extremamente
relacionado à vida terrena. Muitas vezes esse pensamento é ensinado por líderes
religiosos e pastores que levam suas ovelhas a interpretarem a Palavra de Deus
de forma distorcida.
Fato este que não é recente, pois isso já vem de longas
datas. A bíblia conta vários relatos de falsos pastores e profetas, como vimos
nos relatos de Ezequiel e 2 Pedro. Estas pessoas, tendo em vista tirar vantagem
de outras, distorciam os ensinos bíblicos e aplicavam segundo seus interesses, unicamente
para tirarem proveitos das fragilidades das pessoas.
No entanto, as ovelhas não eram
instruídas a respeito do retorno do Senhor, nem os pseudo pastores e profetas
se preocupavam com isso. Sendo assim, assumiam riscos de perderem a vida, e
perderem a vida eterna diante do juízo.
O fato é que no passado tanto
ovelhas (v.17-22) quanto ‘pastores’ (v. 1-10)
mereciam condenação, assim
também, pastores que distorcem a Palavra de Deus, bem como, pastores e ovelhas
que não vivem os ensinos de Deus merecem a condenação.
Desta forma, Deus quer que as pessoas estejam preparadas
para seu retorno para que não sejam pegas desprevenidas, ou seja, vivendo de
modo torpe, em vícios e deixando-se queimar pelas paixões carnais e tentações
do mundo. Afinal de contas, o Dia do Juízo se aproxima e todos serão julgados:
Pastores, ovelhas, cristãos e não cristãos... Todos serão julgados e quem não
crê em Jesus Cristo e vive de modo indigno será julgado, condenado e lançado
nas trevas onde há choro e ranger de dentes (Mt 25.30).
É possível que muitos de nós estejamos vivendo de forma desagradável
à vontade de Deus. É possível que muitos possam ser condenados no juízo. Contudo,
Deus está nos concedendo o tempo da graça para que cada um de nós possa se
arrepender dos pecados cometidos e buscar viver de forma digna e agradável a
Ele.
Neste sentido, Deus concede tempo para buscarmos viver nosso
cristianismo disciplinadamente. Afinal de contas, somos disciplinados para
várias atividades: Trabalho, academia, pagamento de contas... Mas quando o
assunto é viver disciplinadamente aguardando o retorno de Cristo, então nos
tornamos displicentes!
A disciplina espiritual é um processo contínuo que ajuda
o crente a amadurecer em Cristo e a conhecer a vontade de Deus. Da nossa parte,
é uma atitude de entrega a Deus, de santificação, oração, adoração, comunhão e
serviço. Esta disciplina se dá através da orientação através da Sagrada
Escritura e do exercício consciente ao longo da vida. Essa prática é essencial
para a libertação do poder do pecado e para a obediência à vontade de Deus.
Mas talvez surja a pergunta: Mas isso quer dizer que participo da salvação? A resposta é
não. A salvação é um presente de Deus, pois somos salvos mediante a fé em
Cristo Jesus. Esta mesma fé é fortalecida por Deus. Contudo, diante da nossa
constante prática da santificação, oração, adoração, comunhão e serviço, nós
crescemos em Cristo.
Desta forma, o amor de Deus revelado em Jesus Cristo nos
concede o perdão de todos os nossos pecados, e por isso “segundo sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais
habita justiça” (2Pe 3.13).
Novos céus e nova terra, aguardamos ó Senhor. Nós
continuamos aguardando o retorno de Jesus e nos preparando para esse dia. Nós
cristãos temos certeza de que Cristo virá e esse é mais um motivo para vivermos
uma vida cristã agradável a Ele.
Diante
da certeza do retorno de Cristo, Pedro no aconselha: “Continuem a crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo” (v.18).
Portanto,
se vivemos o tempo da graça, vamos viver esse tempo para fortalecer nossa fé em
Jesus Cristo, para que essa fé possa produzir os bons frutos do Espírito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário