Radio Cristo para Todos

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Tema: Não Chores!

Texto: Lc 7.11-17

Jesus ressuscita o filho de uma viúva
11 Pouco tempo depois Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão foram com ele. 12 Quando ele estava chegando perto do portão da cidade, ia saindo um enterro. O defunto era filho único de uma viúva, e muita gente da cidade ia com ela. 13 Quando o Senhor a viu, ficou com muita pena dela e disse:
- Não chore.
14 Então ele chegou mais perto e tocou no caixão. E os que o estavam carregando pararam. Então Jesus disse:
- Moço, eu ordeno a você: levante-se!
15 O moço sentou-se no caixão e começou a falar, e Jesus o entregou à mãe. 16 Todos ficaram com muito medo e louvavam a Deus, dizendo:
- Que ande profeta apareceu entre nós! Deus veio salvar o seu povo!
17 Essas notícias a respeito de Jesus se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas.

 Deus abençoe o seu meditar nestas Palavras! 

Nem sempre são fáceis, belos e agradáveis os caminhos que o homem deve caminhar em sua breve existência terrena. Para uns, é difícil o caminho para o trabalho. Para outros é muito longo o caminho para a igreja. Contudo, o caminho mais triste, espinhoso, doloroso e desesperador é aquele que conduz ao cemitério. Rios e lagos seriam formados, caso fosse possível juntar todas as lágrimas da história derramadas no caminho da sepultura. É que o caminho do cemitério é o caminho da perda, da dor, da separação, da morte, e o homem detesta cemitérios e necrotérios, porque tem amor e apego à vida e repugna a morte.
       Duas grandes multidões se encontram na porta da cidade de Naim: A multidão que chegava, seguia Jesus – a Vida. A multidão que saía, seguia o enterro do filho único de uma viúva -  a morte. No encontro das duas multidões há um encontro singular: Vida e morte.
       A mãe do jovem falecido está chorando. Chorava porque, pela segunda vez, caminhava o caminho do cemitério. Não fazia muito tempo, acompanhara o cortejo fúnebre do seu marido, e agora leva o seu único filho para o mesmo lugar. Além da dor causada pela morte, a viúva sentia a dor da perda, da separação, do silêncio, do abandono.  Onde viver? Como adquirir o pão de cada dia?
       Jesus está parado junto à porta da cidade. Ele ouve e observa a dor e a lamentação. Tendo poder sobre a vida e a morte, e vindo para consolar e amparar o abatido, Jesus sente compaixão e se aproxima da viúva em prantos e diz: Não chores! Assim o salvador inicia o seu sermão fúnebre: Não chores! Jesus pronuncia uma palavra de consolo e de fé para aquela mãe, quando lhe diz: Não chores! E, em seguida, outra palavra, agora, dirigida ao jovem. “Jovem, eu ordeno a você, levante-se”. E o jovem sentou-se e começou a falar. Se a morte é o reino do silêncio, a palavra falada é o sinal de vida.
       Diante da ressurreição do filho da viúva de Naim, todos ficaram com muito medo e louvavam a Deus, dizendo que grande profeta tinha aparecido entre eles e que  Deus tinha salvado o seu povo. Essa notícia a respeito de Jesus se espalhou por todo o país e pelas regiões vizinhas. Por isso, baseados nesse texto, queremos usar como tema as palavras que Jesus disse para a mãe enlutada: Não chores!
       O filho da viúva de Naim foi colhido pela morte na flor  da juventude. Isso é um alerta para todos, a fim de que não brinquemos com a nossa salvação. Quando ficamos sabendo da morte de alguém já idoso, que estava há muito tempo doente, isso não nos choca muito. No entanto, o texto de hoje nos coloca diante do caixão de um jovem, com morte repentina e inesperada. No mínimo, esse fato nos lembra que a nossa vida vai ter um fim e que nós não sabemos quando será. Estamos preparados pra esse momento que pode ser hoje? Esse preparo pode ser visto na vida de cada um de nós, na maneira como nos apegamos à palavra e aos sacramentos? Ou o desprezo a esses meios mostra exatamente o contrário, que não estamos nos preparando para o nosso momento final?
       Esse texto nos dá a oportunidade de pensar na solidariedade que uma pessoa precisa no momento em que perde um ente querido. Aqui vemos muita gente ao lado da viúva, e o próprio Cristo que vai ao encontro e se compadece dela. Somos solidários com os enlutados, ou somos indiferentes? Sentimos compaixão e misericórdia com os que sofrem ou desprezamos e não levamos em consideração a sua dor?
       Ao ressuscitar o filho da viúva de Naim, Jesus não estava dando um espetáculo público como hoje muitos milagreiros, exorcistas ambulantes e outros falsos profetas fazem, com o objetivo de enganar as pessoas e engrandecer o seu próprio nome. Aliás, esses enganadores jamais se arriscariam na tentativa de ressuscitar um morto. Seria expor-se demais ao ridículo e revelar a sua mentira.
       Se, por um lado, os falsos profetas exageram quando divulgam os seus supostos feitos, por outro lado, nós falhamos quando não testemunhamos os verdadeiros e grandes feitos de Jesus na nossa vida e, por isso, muitas pessoas que sofrem, especialmente pelo luto ou pelo medo da morte, ficam sem consolo e esperança.
       Quando nós não nos preparamos para o nosso momento final, quando não demonstramos compaixão pelos que sofrem, quando nos sentimos atraídos pelos falsos pregadores com seus milagres e promessas mirabolantes e quando não testemunhamos os feitos poderosos de Deus, então estamos demonstrando nossa desobediência a Deus, nossa dureza de coração e, se não houver arrependimento sincero, iremos sofrer as consequências do seu juízo e castigo, nesta vida e na eternidade.
       Deus não quer o mal de ninguém, por isso no v. 16 lemos que “Deus veio salvar o seu povo”. Para tanto, Jesus, o filho de Deus se fez homem e assumiu o nosso lugar. Carregou na cruz todas as nossas culpas, sofreu e morreu por nós. E tudo o que ele nos conquistou na sua morte e ressurreição, ele nos presenteou no Santo batismo. Ali morremos com Cristo e ressuscitamos para uma nova vida (Rm 6.4). Através da palavra e da santa ceia, ele nos perdoa diariamente todos os pecados e nos anima com a certeza de que também vamos ressuscitar fisicamente, no dia do juízo final. Esta promessa é suficientemente forte para nos consolar, enxugar as nossas lágrimas e nos animar a servir ao nosso Deus.
       Jesus é o único que, de fato, tem misericórdia de nós e sabe, em qualquer circunstância, o que mais nos convém. Ele chora conosco em todas as nossas dores e verdadeiramente nos livra delas. É por isso que vale à pena crer nele sempre!
       A notícia da ressurreição do filho da viúva de Naim se espalhou e levou muitos a crer e a louvar ao Senhor. Nós também somos motivados, capacitados e desafiados a dar testemunho sempre de novo da salvação pela fé em Cristo Jesus e do consolo que ele nos oferece diante da morte.
       Certamente você também já caminhou o caminho do cemitério e da morte. Certamente já levou os restos mortais de um ente querido até ao cemitério. E como é triste, doloroso, espinhoso e desesperador baixar o caixão  para as entranhas da terra. Parece que o mundo vai desabar. Parece que não há mais consolo. Parece, mas não é. Jesus está perto e Jesus consola. É o consolo e o milagre do cristianismo. Certamente, Cristo não te devolverá logo o teu ente querido que morreu, mas um dia o poderá encontrar na eternidade. Esta certeza você poderá alimentar se o seu ente querido morreu com fé no Salvador, e se você permanecer na fé até ao fim.
       Nas palavras de Jesus Não chores! Encontramos o verdadeiro consolo do salvador. Ele, que também disse: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim ainda que morra viverá, e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente”.
       Estas palavras nos causam enorme alegria e felicidade. Se crermos em Cristo, temos a vida eterna. Através de Cristo, podemos estar sempre juntos com Deus. Nada pode nos separar de Deus, nem mesmo a morte. Podemos estar unidos com Jesus, na vida terrena e, depois da morte, na vida eterna lá no céu.
       A dura realidade da morte havia arrancado daquela viúva o seu único apoio e amparo. Nada, nem ninguém mais lhe podia ajudar; apenas Deus. E este Deus lhe aparece na estrada rumo ao cemitério.  Sua única esperança se torna concreta. E Jesus, o Filho de Deus, o Emanuel – Deus conosco, restaura a vida aquele jovem, demonstrando ser o Senhor da vida e da morte e antecipando o momento que está garantido para todo aquele que crê no salvador Jesus – A ressurreição de todos os mortos no dia do juízo final e a vida eterna com Deus lá no céu.
       Nós nem sempre andamos só em festas de casamento, banquetes ou ocasiões festivas. Andamos também em cortejos fúnebres, “pelo vale da sombra da morte”, mas sempre com Jesus! Buscando nele a força e levando solidariedade e esperança aos enlutados. Porque em Cristo, aquele que nos consola, dizendo: Não chores!  temos a vida que jamais acaba! Amém!

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