Radio Cristo para Todos

terça-feira, 18 de junho de 2013

O ENCONTRO ENTRE A VIDA E A MORTE!


3º Domingo Após Pentecostes – 09-06-2013
                               Sl 30; 1 Rs 17.17-24; Gl 1.11-24; Lc 7.11-17
Introdução

Jesus está em Cafarnaum. Fez dessa cidade um ponto de referência para suas atividades missionárias. Vez por outra, deslocava-se para cidades próximas. O Evangelho relata uma visita para a cidade de Naim. Cidade que ficava a 45 quilômetros ao sul de Cafarnaum.

Jesus vai a Naim com o objetivo de ali pregar o Evangelho. Encontra um ambiente péssimo para seu propósito. Morreu o filho de uma viúva, uma tragédia que comoveu muita gente da cidade, que veio prestar solidariedade à dor da viúva. A mãe do jovem falecido está chorando. Chorava porque, pela segunda vez, caminhava o caminho do cemitério. Não fazia muito tempo, acompanhara o cortejo fúnebre do seu marido, e agora leva o seu único filho para o mesmo lugar.

Fato

            O caminho mais triste, espinhoso, doloroso e desesperador é aquele que conduz ao cemitério. Rios e lagos seriam formados, caso fosse possível juntar todas as lágrimas da história derramadas no caminho da sepultura. É que o caminho do cemitério é o caminho da perda, da dor, da separação, da morte, e o ser humano detesta cemitérios porque tem amor e apego à vida e não quer morrer.

Desenvolvimento

No portão da cidade de Naim duas grandes multidões se encontram: A multidão que chegava, seguia Jesus – a Vida. A multidão que saía, seguia o enterro do filho único de uma viúva -  a morte. No encontro das duas multidões há um encontro singular: Vida e morte – e a vida obteve a vitória.

Tendo poder sobre a vida e a morte, e vindo para consolar e amparar o abatido, Jesus sente compaixão e se aproxima da viúva em prantos e diz: Não chores! Assim o salvador inicia o seu sermão fúnebre: Não chores! E, em seguida, outra palavra, agora, dirigida ao jovem. “Moço, eu ordeno a você: levante-se!”. E o jovem sentou-se e começou a falar. Se a morte é o reino do silêncio, a palavra de Jesus é o sinal da vida. Deus não criou o ser humano para a morte, mas somente para a vida. Por amar as criaturas humanas, Jesus veio ao mundo e assumiu a culpa dos pecados delas. Sua pregação em Naim começou por um gesto de amor, porque Deus não deseja a morte do pecador.

Jesus dá prova do poder de sua Palavra. A morte não resistiu a sua Palavra,    assim como o pecador, morto em seus delitos e pecados não deve resistir a voz de Cristo na pregação do Evangelho. A Palavra de Jesus é vida.

O texto diz: “O moço sentou-se no caixão e começou a falar, e Jesus o entregou à mãe.” (V.15) Vitória espetacular da vida sobre a morte. Agora as portas de Naim se abriram para receber a Jesus. Agora a mensagem do amor de Deus era ouvida com prazer. Louvavam a Deus dizendo: “Que grande profeta apareceu entre nós! Deus veio salvar o seu povo!” (V.16) A presença de Jesus em Naim foi sentida como se o próprio Senhor Deus estivesse presente. É importante este detalhe. O povo viu, no ato de Jesus, algo a mais do que a simples ressurreição, do que uma simples restauração de uma vida corporal. Eles perceberam em Jesus alguém que tem poder para restaurar a desgraça completa da humanidade.

Aplicação

Nós podemos nos colocar no lugar daquele jovem. Antes de Cristo entrar em cena, nós também nos encontrávamos como aquele menino, sem vida. Por causa do pecado nós estávamos mortos para Deus. Éramos inimigos de Deus e escravos da morte, do pecado e do diabo.

Até que Cristo entra em cena. Ele olha para nós. Vê a nossa condição de miseráveis pecadores, condenação era o nosso futuro, mas através da sua morte nos dá a vida eterna.

Jesus veio ao mundo, sofreu por nossa causa, morreu na cruz no nosso lugar e ressuscitou ao terceiro dia. Isto ele fez para nos dar a alegria de sermos filhos de Deus. Por causa da sua obra nós passamos de escravos para herdeiros, passamos da tristeza para a alegria e passamos da morte para a vida.

O filho da viúva de Naim foi colhido pela morte na flor  da juventude. Isso é um alerta para todos, a fim de que não brinquemos com a nossa salvação. Quando ficamos sabendo da morte de alguém já idoso, que estava há muito tempo doente, isso não nos choca muito. No entanto, o texto de hoje nos coloca diante do caixão de um jovem, com morte repentina e inesperada. No mínimo, esse fato nos lembra que a nossa vida vai ter um fim e que nós não sabemos quando será. Estamos preparados pra esse momento que pode ser hoje? Que pode ser a qualquer momento? Esse preparo pode ser visto na vida de cada um de nós, na maneira como nos apegamos à palavra e aos sacramentos? Ou o desprezo a esses meios mostra exatamente o contrário, que não estamos nos preparando para o nosso momento final?

            Esse texto nos dá a oportunidade de pensar na solidariedade que uma pessoa precisa no momento em que perde um ente querido. Aqui vemos muita gente ao lado da viúva, e o próprio Cristo que vai ao encontro e se compadece dela. Somos solidários com os enlutados, ou somos indiferentes? Sentimos compaixão e misericórdia com os que sofrem ou desprezamos e não levamos em consideração a dor das pessoas?

            Certamente você também já caminhou o caminho do cemitério e da morte. Certamente já levou os restos mortais de um ente querido até ao cemitério. E como é triste, doloroso, espinhoso e desesperador baixar o caixão para as entranhas da terra. Parece que o mundo vai desabar. Parece que não há mais consolo. Parece, mas não é. Jesus está perto e Jesus consola. É o consolo e o milagre do cristianismo. Certamente, Cristo não te devolverá logo o teu ente querido que morreu, mas um dia o poderá encontrar na eternidade. Esta certeza você poderá alimentar se o seu ente querido morreu com fé no Salvador, e se você permanecer na fé até ao fim.

            Nas palavras de Jesus encontramos o verdadeiro consolo do salvador: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim ainda que morra viverá, e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente”.

 Nós nem sempre andamos só em festas de casamento, banquetes ou ocasiões festivas. Andamos também em cortejos fúnebres, “pelo vale da sombra da morte”, mas sempre com Jesus! Buscando nele a força e levando solidariedade e esperança aos enlutados. Porque em Cristo,  temos a vida que jamais acaba!

Conclusão

Hoje, mais uma vez temos a oportunidade de compartilhar esta alegria entre nós. Porém, muitas pessoas ainda não têm esta alegria. Muitos ainda são escravos da morte, do pecado e do diabo.

Por isso, ao irmos para casa, levemos conosco esta alegria e façamos com que muitas outras pessoas possam conhecer e desfrutar da alegria de serem filhos de Deus.

Conforme o v. 17 do nosso texto está dizendo: "Estas notícias a respeito de Jesus se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas". Através de nós Jesus leva a sua alegria para todo o mundo. Nós somos os seus embaixadores. Levemos nós também esta notícia do amor e da vida eterna em Jesus para outras pessoas. Amém.
           
                                                         Pr. Fernando Santos Boone

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