3º
Domingo Após Pentecostes – 09-06-2013
Sl
30; 1 Rs 17.17-24; Gl 1.11-24; Lc 7.11-17
Introdução
Jesus está em
Cafarnaum. Fez dessa cidade um ponto de referência para suas atividades
missionárias. Vez por outra, deslocava-se para cidades próximas. O Evangelho
relata uma visita para a cidade de Naim. Cidade que ficava a 45 quilômetros ao
sul de Cafarnaum.
Jesus vai a Naim com o objetivo
de ali pregar o Evangelho. Encontra um ambiente péssimo para seu propósito. Morreu
o filho de uma viúva, uma tragédia que comoveu muita gente da cidade, que veio
prestar solidariedade à dor da viúva. A mãe do jovem falecido está chorando.
Chorava porque, pela segunda vez, caminhava o caminho do cemitério. Não fazia
muito tempo, acompanhara o cortejo fúnebre do seu marido, e agora leva o seu
único filho para o mesmo lugar.
Fato
O caminho mais triste, espinhoso,
doloroso e desesperador é aquele que conduz ao cemitério. Rios e lagos seriam
formados, caso fosse possível juntar todas as lágrimas da história derramadas
no caminho da sepultura. É que o caminho do cemitério é o caminho da perda, da
dor, da separação, da morte, e o ser humano detesta cemitérios porque tem amor
e apego à vida e não quer morrer.
Desenvolvimento
No portão da cidade de Naim duas
grandes multidões se encontram: A multidão que chegava, seguia Jesus – a Vida.
A multidão que saía, seguia o enterro do filho único de uma viúva - a
morte. No encontro das duas multidões há um encontro singular: Vida e morte – e
a vida obteve a vitória.
Tendo poder sobre a vida e a
morte, e vindo para consolar e amparar o abatido, Jesus sente
compaixão e se aproxima da viúva em prantos e diz: Não chores! Assim o salvador inicia o seu sermão fúnebre: Não chores! E, em seguida, outra
palavra, agora, dirigida ao jovem. “Moço, eu ordeno a você: levante-se!”.
E o jovem sentou-se e começou a falar. Se a morte é o reino do silêncio, a
palavra de Jesus é o sinal da vida. Deus não criou o ser humano para a morte,
mas somente para a vida. Por amar as criaturas humanas, Jesus veio ao mundo e
assumiu a culpa dos pecados delas. Sua pregação em Naim começou por um gesto de
amor, porque Deus não deseja a morte do pecador.
Jesus dá prova do poder de sua
Palavra. A morte não resistiu a sua Palavra,
assim como o pecador, morto em
seus delitos e pecados não deve resistir a voz de Cristo na pregação do
Evangelho. A Palavra de Jesus é vida.
O texto diz: “O moço sentou-se no caixão e começou a
falar, e Jesus o entregou à mãe.” (V.15) Vitória espetacular da vida sobre
a morte. Agora as portas de Naim se abriram para receber a Jesus. Agora a
mensagem do amor de Deus era ouvida com prazer. Louvavam a Deus dizendo: “Que grande profeta apareceu entre nós!
Deus veio salvar o seu povo!” (V.16) A presença de Jesus em Naim foi
sentida como se o próprio Senhor Deus estivesse presente. É importante este
detalhe. O povo viu, no ato de Jesus, algo a mais do que a simples
ressurreição, do que uma simples restauração de uma vida corporal. Eles
perceberam em Jesus alguém que tem poder para restaurar a desgraça completa da
humanidade.
Aplicação
Nós
podemos nos colocar no lugar daquele jovem. Antes de Cristo entrar em cena, nós
também nos encontrávamos como aquele menino, sem vida. Por causa do pecado nós
estávamos mortos para Deus. Éramos inimigos de Deus e escravos da morte, do
pecado e do diabo.
Até
que Cristo entra em cena. Ele olha para nós. Vê a nossa condição de miseráveis
pecadores, condenação era o nosso futuro, mas através da sua morte nos dá a
vida eterna.
Jesus
veio ao mundo, sofreu por nossa causa, morreu na cruz no nosso lugar e
ressuscitou ao terceiro dia. Isto ele fez para nos dar a alegria de sermos
filhos de Deus. Por causa da sua obra nós passamos de escravos para herdeiros,
passamos da tristeza para a alegria e passamos da morte para a vida.
O filho da viúva de Naim foi
colhido pela morte na flor da juventude. Isso é um alerta para todos, a
fim de que não brinquemos com a nossa salvação. Quando ficamos sabendo da morte
de alguém já idoso, que estava há muito tempo doente, isso não nos choca muito.
No entanto, o texto de hoje nos coloca diante do caixão de um jovem, com morte
repentina e inesperada. No mínimo, esse fato nos lembra que a nossa vida vai
ter um fim e que nós não sabemos quando será. Estamos preparados pra esse
momento que pode ser hoje? Que pode ser a qualquer momento? Esse preparo pode
ser visto na vida de cada um de nós, na maneira como nos apegamos à palavra e
aos sacramentos? Ou o desprezo a esses meios mostra exatamente o contrário, que
não estamos nos preparando para o nosso momento final?
Esse texto nos dá a oportunidade de pensar
na solidariedade que uma pessoa precisa no momento em que perde um ente
querido. Aqui vemos muita gente ao lado da viúva, e o próprio Cristo que vai ao
encontro e se compadece dela. Somos solidários com os enlutados, ou somos
indiferentes? Sentimos compaixão e misericórdia com os que sofrem ou desprezamos
e não levamos em consideração a dor das pessoas?
Certamente
você também já caminhou o caminho do cemitério e da morte. Certamente já levou
os restos mortais de um ente querido até ao cemitério. E como é triste,
doloroso, espinhoso e desesperador baixar o caixão para as entranhas da terra.
Parece que o mundo vai desabar. Parece que não há mais consolo. Parece, mas não
é. Jesus está perto e Jesus consola. É o consolo e o milagre do cristianismo.
Certamente, Cristo não te devolverá logo o teu ente querido que morreu, mas um
dia o poderá encontrar na eternidade. Esta certeza você poderá alimentar se o
seu ente querido morreu com fé no Salvador, e se você permanecer na fé até ao
fim.
Nas
palavras de Jesus encontramos o verdadeiro consolo do salvador: “Eu sou a
ressurreição e a vida, quem crê em mim ainda que morra viverá, e todo o que
vive e crê em mim não morrerá eternamente”.
Nós nem sempre andamos só em festas de
casamento, banquetes ou ocasiões festivas. Andamos também em cortejos fúnebres,
“pelo vale da sombra da morte”, mas sempre com Jesus! Buscando
nele a força e levando solidariedade e esperança aos enlutados. Porque em
Cristo, temos a vida que jamais acaba!
Conclusão
Hoje,
mais uma vez temos a oportunidade de compartilhar esta alegria entre nós.
Porém, muitas pessoas ainda não têm esta alegria. Muitos ainda são escravos da
morte, do pecado e do diabo.
Por isso, ao irmos para casa, levemos conosco esta
alegria e façamos com que muitas outras pessoas possam conhecer e desfrutar da
alegria de serem filhos de Deus.
Conforme o v. 17 do nosso texto está dizendo: "Estas notícias a respeito de Jesus
se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas". Através
de nós Jesus leva a sua alegria para todo o mundo. Nós somos os seus embaixadores.
Levemos nós também esta notícia do amor e da vida eterna em Jesus para outras
pessoas. Amém.
Pr. Fernando Santos Boone
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