"Quando
os honestos governam, o povo se alegra; mas quando os maus dominam, o povo
reclama". Isto é bíblico, está no livro de Provérbios (29.2). Os protestos
nas ruas do Brasil, tirando fora os radicalismos, têm um recado contundente
para o vereador, o deputado, o senador, o prefeito, o governador, a presidente,
para todos aqueles que exercem funções públicas: O povo quer passagens mais
baratas para a honestidade. Observei na calçada a passeata pacífica em Novo
Hamburgo desta segunda-feira e confesso que deu vontade de entrar nela e
engrossar o protesto. Afinal, o que mais pode um simples cidadão, além do seu
voto, fazer contra a corrupção que contamina progressivamente a administração
pública, a política e os governos? Tudo indica que as manifestações estão
apenas no começo, quem sabe dando início a "primavera da integridade"
no país da Copa do Mundo.
Por isto gosto de Provérbios, este livro de
sabedoria com lições da vida prática. Ele trata de assuntos de ordem moral, do
bom senso, do comportamento na família, dos negócios, das relações sociais e
políticas, do respeito aos pobres, da lealdade ao próximo. Na Nova Tradução da
Linguagem de Hoje, avisa que "A honestidade livra o homem correto, mas o
desonesto é apanhado na armadilha da sua própria ganância (11.6); "A
riqueza que é fácil de ganhar é fácil de perder; quando mais difícil for para
ganhar, mais você terá (13.11); "Quem procura ficar rico por meios
desonestos põe a sua família em dificuldades; quem odeia o suborno viverá mais"
(15.27); "O Senhor fez os pesos e as medidas; por isso quer que
sejam usados com honestidade" (16.11); "Quando o governo é justo, o
país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba
na desgraça" (29.4). Sobre os atuais protestos, o sábio também sugere:
"Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de
todos os desamparados. Fale por eles e seja um juiz justo" (31.8).
Que os centavos das passagens seja um basta nos bilhões da corrupção.
Pr. Marcos Schmidt
Novo Hamburgo - RS
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