Perigos do mar
O drama do náufrago que ficou 14 meses à deriva no mar não deixa de ser a história da nossa sobrevivência neste mundo cheio de ameaças. Resgatado na quinta-feira passada, o pescador salvadorenho sobreviveu comendo tartarugas, aves e peixes que pescava com as mãos, enquanto seu colega, que se recusava comer estes alimentos, não resistiu e morreu. "Eu só tinha a minha cabeça em Deus. Se fosse morrer, seria com Deus. Então, não tinha medo" - respondeu o sobrevivente.
Estamos à deriva neste mar infestado de tubarões. É trânsito, violência dos bandidos, doenças, perigos da natureza, um monte de predadores a nossa espreita prontos para atacar. No meio desta guerra, fazemos o que o náufrago fez, lutamos com unhas e dentes. Queremos viver, e viver todo o tempo que a vida nos permitir. Seria só isto se a nossa biografia fosse resumida ao tempo da respiração. Temos alma, somos eternos. Tem gente que duvida, pensa que tudo acaba com a morte. Mas, só o fato de pensar nisso já mostra que as coisas não terminam aqui. Tanto é verdade que no perigo ou na hora da morte todos lembram de Deus, com pavor ou com tranquilidade.
Foi por isso que Jesus alertou: "Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Porém tenham medo de Deus, que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo". (Mateus 10.28). Uma advertência porque a vida da alma também é uma batalha em que alguns vencem e outros perdem. Quem triunfará? Interessante que no livro de Apocalipse, o mar simboliza a morte. Por isso a visão de João: "Então vi um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra desapareceram, e o mar sumiu" (21.1).
"Oh Deus" - estas foram as primeiras palavras do náufrago quando avistou a terra depois de tanto tempo perdido no oceano. Serão as nossas palavras quando formos resgatados e o mar desaparecer com seus perigos. Porque não recusamos o alimento da Vida.
pastor luterano
fone 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
6 de fevereiro de 2014
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