Tema: Rivalidade.
Itapema – Bom Caminho 26/01/2014
Régis Duarte Müller
3° Domingo Após Epifania – 26/01 a 02/02/2014
Textos Bíblicos: Salmo 27; Isaías 9.1-4; 1 Coríntios
1.10-18; Mateus 4.12-25
Rivalidade é algo muito comum entre as pessoas, e podemos
perceber que qualquer coisa pode ser a causa de uma concorrência. Crescemos com
nossos irmãos, primos e amigos e vamos alimentando a rivalidade. Normalmente as
brincadeiras são em tom de disputa e competição. Pode ser uma queda de braço ou
o futebol; pode ser a brincadeira com o osso do peito de frango ou com bolinha
de gude; Pode ser na escola, no trabalho, ou
mesmo em casa... A rivalidade está
presente em muitas coisas que fazemos. Cada pessoa reage de uma maneira às
disputas, algumas com esportividade e outras com maldade, buscando sempre levar
vantagem e ganhar a qualquer custo. Assim como podemos ver nas rivalidades
existentes no futebol. Alguns são gremistas, outros colorados; Alguns corintianos,
outros são paulinos; Alguns são Vascaínos, outros Flamenguistas, e assim por
diante. Um diz que é campeão de tudo, o outro diz que o rival nasceu em 2006.
Gastamos nossa lábia e não saímos do lugar, pois é uma discussão que não tem
fim.
É mais ou menos o que encontramos em nosso texto
referente à carta de Paulo aos Coríntios. Uma rivalidade doentia, na verdade
uma divisão ruim e prejudicial para o trabalho de anunciar a Boa Nova – a
Mensagem da Cruz.
Na Igreja de Corinto as pessoas se reuniam em grupos e
havia uma divisão que estava ligada aos seus líderes Paulo (o fundador da
Igreja), Apolo e Cefas (Pedro), e um quarto grupo, ainda, que reivindicava o
direito exclusivo ao título ‘cristão’.
Apolo era um cristão de origem judaica, foi instruído por
Áquila e Priscila (At 18.24-28) e viveu na província de Acaia, onde ficou
conhecido por ser muito inteligente e eloquente.
Houve uma disputa entre os seguidores de Paulo e Apolo.
Muitos consideravam Apolo melhor por sua eloquência, a qual era voltada para a
filosofia, os quais se orgulhavam por uma suposta superioridade intelectual. Já
Paulo, estava preocupado em instruir o povo, anunciar com clareza a mensagem de
Deus ao invés de falar bonito sem dizer nada.
Acontece que tudo isso estava criando divisões na Igreja,
e as pessoas estavam perdendo o sentido real de pertencer ao – digamos assim –
Grupo dos seguidores de Cristo.
Seguir a Cristo não é fácil, pois vivemos em um mundo que
considera a Mensagem da Cruz Loucura, contudo, aos que creem, é o próprio poder
de Deus, é salvação.
Mas parece que a mensagem da cruz muitas vezes fica em
segundo plano, e o assunto das conversas e das discussões acaba sendo em forma
de rivalidade, de comparação, de
disputa, de divisão. Assim como na igreja dos coríntios
(1Co 3.1-4) que haviam discussões eloquentes em torno da filosofia, vemos que
em nossa igreja existem aqueles que gostam de discutir e julgar, demonstrando
que estão presos à mentalidade deste mundo. São pessoas orgulhosas e astutas
que valorizam a sabedoria deste mundo baseada em reality shows, que se esmeram usando
de toda intelectualidade e eloquência para divulgar e promover programas que
alimentam a mente das pessoas de coisas ruins, deixando-as presas às armadilhas
deste mundo rodeadas de sensualidade, perversão, brigas, picuinhas, fofocas e
todo tipo de maldade.
Quando esse tipo de atitude toma conta das pessoas, elas
já não demonstram mais a presença do Espírito de Deus, mas agem e vivem como
pessoas deste mundo (1 Co 3.3). E precisam ser tratadas como pessoas do mundo. Precisam
ser evangelizadas, para que abram os olhos e vejam novamente a graça e o amor de
Deus.
Ora, pois, Paulo e Apolo não eram rivais, mas
companheiros na mesma obra. Ambos tinham a responsabilidade de anunciar a
mensagem da cruz. Cada um da sua maneira, com seu estilo, pois diferenças
existem e precisamos aprender a lidar com elas. Afinal, alguns são gregos e
gostam de especulações filosóficas, outros são judeus e almejam provas
concretas. Alguns preferem o jeito tradicional, outros, algo alternativo. Mas
seja de uma ou de outra forma, todos são cristãos e carecem da graça e do amor
de Deus. Todos precisam ser salvos, resgatados, curados e libertos. Todos
precisam ouvir e aprender a mensagem da Cruz que é salvação e poder de Deus.
Todos nós somos seguidores de Jesus Cristo – Pescadores de Homens. Sejamos
crianças, jovens ou adultos.
Portanto, Deus quer que sejamos sábios e eloquentes, mas
no modo que vem acompanhado de bons valores e capacidade de discernimento, o que
é dom de Deus através do seu Espírito Santo. A sabedoria que o Espírito Santo
nos concede, nos torna loucos aos olhos do mundo, mas é para nós o próprio poder
de Deus.
A grande verdade é que os cristãos não devem se digladiarem,
gastando tempo e lábia, mas unirem-se ao objetivo comum: Anunciar a Mensagem
da Cruz. Isso porque, entre cristãos, não deve haver lugar para orgulho,
nem para menosprezo dos outros. Não deve ser lugar para disputas ou rivalidades
vazias. Até porque, os maiores cristãos se consideravam escravos de Deus. O
próprio Apóstolo Paulo considerava-se o menor dos apóstolos. Este é o exemplo a
ser seguido.
Que possamos aprender a não valorizar demasiadamente a
sabedoria do mundo, mas considerar importante e essencial para nossa vivência a
sabedoria de Deus. Afinal de contas “A
mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo;
mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus... pois aquilo que
parece loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que
parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana” (1Co
1.18,25).
Que assim possamos permanecer firmes na mensagem da cruz,
fortalecendo nossa fé e testemunhando ao mundo, como seguidores de Cristo, unidos,
a Mensagem que dá salvação. Amém.
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